Libertadores de 2018: O grande erro ao escolher a sede da grande final

Santiago Bernabéu Stadium, Real Madrid - Borussia Dortmund, 2013 - 06.jpg
Por Little Savage - Obra do próprio, CC BY-SA 3.0, Hiperligação

Primeiramente

Antes de mais nada, para não acharem que estou criticando sem qualquer tipo de fundamento ou apenas estou criticando por criticar. Não tenho nada contra o Santiago Bernabéu, que pra mim é um dos grandes estádios espanhóis e europeu. E também entendo que a final da Libertadores não poderia acontecer na Argentina, depois dos incidentes que teve.

Entretanto...

Vale ressaltar que também não foi uma escolha sábia resolver sediar um torneio continental em outro continente. Isso é algo que tira todo sentido da coisa. E que deixa o confuso ainda mais confuso. Já não bastava o tanto de adiamento que já tivemos nessa final. Ai vem essa, a final será realizada na Espanha, isso mesmo um torneio sul-americano terá uma final na Europa.

O problema

Eu já deixei o problema bem explícito ali em cima, o fato de termos uma final na Europa de uma competição sul-americana. Mas vou explanar a minha crítica de forma mais complexa. Vejamos bem, o torcedor está bastante ansioso para acompanhar a final do seu time, claro o seu time passou pelo maior sufoco, já fazia um certo tempo que não chegava a uma final. Tirando os problemas que aconteceram no decorrer da competição, e foquemos no sentimento do torcedor. 
O torcedor que guardou seu dinheiro soadinho, o torcedor que trabalha mais de 8 horas por dia, mas que tem como diversão, o seu esporte preferido, o futebol. Ele está mega ansioso com o fato de que vai ver seu time jogar uma final, e mais, contra o seu maior rival.
Tudo parece festa, não é mesmo? Ai ele vai e descobre que a final será em Santiago Bernabéu, e a partir dai, o torcedor se dá conta de como será inviável ver seu time, já que o mesmo disputará a final em outro continente.

Mas e se fosse em outro país da América do Sul, não daria na mesma?

Sim e não.De fato, tendo em vista que a final não fosse em qualquer lugar da capital argentina, isso já poderia ser inviável para um torcedor. Imagina então se fosse em outro país da América do Sul? Entretanto vale ressaltar que apesar das dificuldades, é mais fácil um torcedor assistir uma partida que ocorresse em Bogotá, do que assistir uma partida em Madrid.
Sem contar que apesar da carência da falta de linhas de trens que percorram o continente, ainda assim é possível viajar para outras cidades, por ônibus. E pra Madrid? Só de avião.

Outros fatores.

O problema não afeta só o torcedor, mas o esporte como um todo. Uma final sul-americana na Europa, é algo que mexe com a cabeça do torcedor. Imaginem uma final de Liga dos Campeões no Maracanã? Imaginem a Eurocopa acontecer no Japão? É algo que mexe com a cabeça de todo mundo, ainda mais do torcedor sul-americano. 
E a preocupação não é só para os argentinos, mas para os sul-americanos como um todo. Afinal, se aconteceu hoje, pode acontecer amanhã, imaginem se a final do seu time de coração, acontecesse em Pequim? Essa vai pros santistas, corintianos, atleticanos e gremistas que viram seus times serem campeões da Libertadores recentemente, mas vale para os outros também.

Mas e o Mundial de Clubes?

A gente fala do torcedor e aparece alguém para falar do Mundial de Clubes, principalmente do cenário de 2012, quando corintianos invadiram Tóquio. Só que ai a situação pega, o fato do torcedor estar feliz com o primeiro título da Libertadores pelo clube alvinegro. Mas se o Corinthians tivesse chegado a mais mundiais, duvido que teria tantos torcedores como antes, ainda mais com essa crise. Sem contar que ali é válido, pois é uma competição global, agora se tratando de uma competição continental isso é injusto. Ou cês acham que o Corinthians teria lotado Abu Dhabi, caso a final da Libertadores de 2012 fosse lá, sabendo que se trata de uma competição continental?

E se fosse em outros torneios nacionais.

Ainda assim tem gente que insiste em achar normal o que está acontecendo. Mas imaginemos outros cenários. Imaginem se a final do Paulistão desse ano, entre Corinthians e Palmeiras, ao invés de acontecer em São Paulo, acontecesse em Nova Iorque? Imaginem se a final da Copa do Brasil, entre Cruzeiro e Corinthians, acontecesse na Islândia? Ou se então a decisão do título do Palmeiras acontecesse em Portugal? Isso seria coisa de outro mundo, e aposto que nenhum torcedor gostaria de que acontecesse algo assim com seus respectivos clubes.

Ah, mas e a Supercopa Itália na China? A Supercopa da Espanha em Marrocos?

Outro dia falando disso em uma conversa, um grande amigo meu me lembrou dessa situação, entretanto, vamos aos passos. Essas competições não estão na mesma altura da Libertadores. E não, não é questão do seu tamanho, do seu prestígio. Mas é que são competições mais modestas do que as longas competições. Comparar a (final da) Supercopa da Espanha  com a final da Libertadores desse ano, é pura injustiça. Não tem como avaliar essa situação. Se fosse uma comparação da Recopa Sul-Americana, seria totalmente aceitável, mas comparar um torneio amplo que envolve vários times de vários países, com torneios mais modestos que envolvem apenas dois clubes campeões de um determinado torneio, é totalmente inaceitável.
Além de que esses argumentos eles não validariam a situação, não é porque um torneio foi dessa forma, que os outros torneios podem agir assim. Seria o mesmo que requisitar que se houvessem eliminatórias para a Copa América, e usasse como exemplo, as eliminatórias da Eurocopa. Mesmo sabendo da diferença de participantes em ambos países.

E o que esperar?

Vamos torcer para que tudo de certo. É claro que erraram ao escolher a sede, mas isso não dá o direito de torcermos contra. Afinal o que está em jogo, é uma das grandes finais que a Libertadores já presenciou. 

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